sexta-feira, 21 de maio de 2010

OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

Olá amigos do Blog do Pelon, faço aqui hoje minha segunda postagem. Fiz uma resenha sobre o filme "Os deuses devem estar loucos", um filme que mostra os conflitos/contatos entre diferentes culturas e o etnocentrismo, conceito antropológico, segundo o qual a visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo de pessoas faz de um grupo social diferente do seu é apenas baseada nos valores, referências e padrões adotados pelo grupo social ao qual o próprio indivíduo ou grupo fazem parte.


RESENHA

No filme “Os deuses devem estar loucos”, identificamos uma grande diferença entre sociedades com costumes distintos, não apenas por seus hábitos, mas também por sua forma de vida.
Os Boxímanes, povo simples que vive no deserto do Kalahari, são pessoas tranqüilas e em alguns pontos ingênuas. O dia-a-dia da comunidade é pacato e alegre. Para eles não existem regras ou leis a serem cumpridas, nem um líder ou comandante. A igualdade não os incomoda, nem as coisas, os objetos que eles possuem. O que seria comum para a maioria das comunidades, para eles são coisas relacionadas aos deuses, os quais eles consideram seus pais e, portanto, só recebem coisas boas dos mesmos. O barulho de um avião, por exemplo, era interpretado como o arroto dos deuses, que provavelmente comeram demais. Foi exatamente um piloto de um avião que lançou no deserto dos Boxímanes uma garrafa de Coca-Cola, um objeto desconhecido por todos da sociedade, e que foi encontrada por Xi, e possuía múltiplas utilidades para os membros de sua comunidade, porém, como o objeto era único, despertou o sentimento de inveja e discórdias, brigas e até a violência entre seu povo. Como a “coisa”, nome dado a garrafa pelos Boxímanes, causou apenas coisas ruins para sua família, Xi resolve livrar-se dela levando-a até o fim o mundo.
No caminho até o fim do mundo, Xi encontra-se pela primeira vez com pessoas de diferentes sociedades e se depara com a dificuldade de diferentes costumes adotados em variadas culturas, chegando a ser preso, julgado e condenado. Todas essas coisas novas que acontecem com ele são incógnitas e o mesmo não compreende nada, uma vez que em seus costumes ninguém machuca ninguém e a palavra “julgamento” nem existe em seu vocabulário.
Enquanto todas essas confusões acontecem com Xi, o filme apresenta diferentes personagens e situações vividas por eles. Mostra uma cena comum para nós, a imposição dos meios de comunicações e da mídia sobre a civilização. Nesta civilização cada minuto traz um símbolo, um ato diferente para as ações das pessoas. O relógio decide o que deve ser feito em cada momento. Quanto mais a sociedade se desenvolve, mais ela se prende a essas rotinas e a esses hábitos. Esses hábitos nem sempre são iguais, o que causa um conflito de interesses. Vemos isso na cena em que Kate tenta editar uma matéria sobre a fome e seu chefe a proíbe de fazê-la. Quando Kate diz para sua mãe que irá a Botsuana, sua mãe acha que ela irá para o meio do deserto onde não há nada. Botsuana possui cultura diferente da sociedade onde vive Kate, é uma região tranqüila da África e por isso ela deseja passar as férias naquela região.
A partir deste momento do filme, vemos as diferenças entre as culturas e como cada individuo lida com elas. Botsuana é um país subdesenvolvido e com sistema de governo em crise. Totalmente diferente da sociedade de Kate ou de Xi. Nesse momento outros personagens nos são apresentados. O Senhor Steyn vive isolado propositalmente pelo seu ofício e parece que ele tem receio de contato com outras pessoas. Apesar de estar muito próximo dos Boxímanes, não conhece nada sobre eles, não se relaciona com eles, tem contato apenas com seu ajudante Mpudi, que ao contrário do Senhor Steyn, conhece e respeita a cultura de Xi. Vemos aí um julgamento preconceituoso sobre a figura de Mpudi. Quando aparece pela primeira vez, está mal vestido e usando uma linguagem vulgar enquanto tenta arrumar seu carro. Parece ser um homem nojento e sem conhecimento nenhum. Mas isso é não se comprovado durante o filme, quando Mpudi demonstra sabedoria e compreensão ao ter que defender Xi em seu julgamento, e é o único que consegue traduzir a língua de Xi para a sua própria língua.
Como Xi é um especialista nas coisas que Mpudi e Steyn estudam, passa a ajuda-los nas pesquisas. Ele passa um tempo com eles e conhece um pouco sobre outras culturas, mas Mpudi sempre respeita a origem de Xi. Depois de tudo que aconteceu com Xi e das coisas, para nós algumas absurdas, que ele fez como tentar se livrar a qualquer custo de uma simples garrafa, rir da Senhorita Thompson e achar que pessoas normais para nós eram seus deuses, podemos dizer que estamos praticando o etnocentrismo, pois achamos que nossa cultura, nossos costumes são superiores e que outros costumes que não são comuns em nossa cultura são estranhos e menos dignos de respeito.
As sociedades podem ter várias diferenças, mas devemos respeitá-las e por que não, aprendermos outras coisas com elas?

2 comentários:

  1. Parabéns pela resenha, muito boa.
    Me ajudou a ter algumas idéias para que eu pudesse elaborar a minha.
    Grata
    Jéssica

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  2. realmente me deu varias ideias para meu trabalho de Português.Achei ótimo a resenha. Parabéns!!!!!

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